Já foi mais comum em nosso movimento missionário o envio de obreiros para o campo sem o devido preparo. Esse tipo de postura começou a mudar quando surgiram as primeiras reflexões acerca deste assunto, impulsionadas pelo alto índice de retorno prematuro entre os missionários brasileiros. Contudo, ainda hoje há muitos que acreditam que, em missões, quem vive na dependência de Deus não precisa se preparar para enfrentar os desafios do campo.
Preocupado com essa situação o Pr. Jairo de Oliveira escreveu mais um livro. Dessa vez, ele apresenta ao público evangélico nacional o livro Missões & Culturas, uma coletânea de textos interessantes que revelam experiências do campo missionário e aspectos de culturas onde missionários trabalham na tentativa de comunicar o evangelho.
De maneira desafiadora o autor procura evidenciar, em cada capítulo, a necessidade de um bom preparo missionário, descrevendo a seriedade do ministério cristão em outras culturas.
Percebe-se que o livro almeja interferir diretamente em nosso movimento missionário, influenciando a igreja brasileira a promover uma ação missionária madura, assumindo com responsabilidade a posição que lhe cabe na importante tarefa de proclamação do evangelho.
Um dos tesouros do livro é o prefácio da Dra. Isabel Murphy, antropóloga e missionária da SIL, que trabalha a muitos no Brasil com a formação de missionários e a apresentação do Dr. Russell Shedd, um ícone entre os teólogos da igreja evangélica brasileira. Ambos, autoridades reconhecidas internacionalmente no assunto de missões, salientam a importância do texto chegar às mãos do grande público evangélico nacional.
O último capítulo “Como os povos nos vêem” é resultado de uma pesquisa feita com dez estrangeiros (dos cinco continentes) que vivem ou viveram no Brasil e apontam as principais áreas da cultura brasileira que dificultam o relacionamento com outros povos. O texto é uma tentativa de mostrar o outro lado da moeda, ou seja, aspectos da cultura brasileira que causam dificuldades para os missionários que trabalham além das nossas fronteiras culturais.
As perguntas para reflexão no fim dos capítulos compõem uma espécie de estudo de casos, o que favorece a utilização por professores de missões nos seminários e por comitês de missões nas igrejas locais.
Quem ler esta obra será enriquecido com literatura cristã sadia e terá uma visão bem mais realista e consciente do trabalho missionário tanscultural e de suas implicações. Pois o livro almeja aprofundar a reflexão sobre o nosso comportamento e o estudo acerca da ação missionária.