NOV/DEZ de 2023

Sementes de Esperança

Queridos irmãos,
Graça e paz!

É com gratidão a Deus que compartilhamos a notícia de que estamos bem e prosseguindo aqui em nosso país de ministério. Continuamos observando um conjunto de medidas de segurança e construindo uma reserva de emergência, como parte do nosso plano de contingência. Porém, nutrimos uma esperança crescente de que os conflitos na região não impedirão a continuidade da nossa jornada aqui.

Apesar de, nem de longe, se comparar com o contexto de guerra que assola a vida de israelenses e palestinos, o cenário aqui tem sido marcado por uma tensão elevada desde o início dos conflitos. Além de protestos em forma de boicotes e greves, sucessivas manifestações têm feito parte do dia a dia do país, sendo especialmente intensas na área da cidade em que residimos, já que a embaixada israelense está localizada a 500 metros da nossa casa. Quando a presença de manifestantes atinge o seu ápice, torna-se impraticável transitar pelo bairro. Por vezes, também tem sido difícil dormir durante à noite, devido ao ruído gerado pelo movimento de pessoas, veículos, bombas de efeito moral e sirenes dos carros de polícia.

Outro fator que causa certa apreensão é a nossa proximidade dos contextos em que os eventos da guerra se desenvolvem. Estamos localizados a cerca de 50 minutos da fronteira que nos conecta aos territórios de Israel e da Cisjordânia e a 3 horas e 20 minutos de Gaza. Residir nos arredores das zonas de conflito não apenas nos proporciona informações exclusivas sobre os acontecimentos, mas também nos permite constatar de maneira mais pessoal a complexidade e a gravidade da situação. É uma realidade que permeia a nossa percepção diária, produz ardente compaixão e realça um cenário trágico que produzirá consequências incalculáveis ao longo de gerações.

A despeito da tensão e da sensação de insegurança, temos tido diversas oportunidades de testemunhar. Em uma nação com uma população majoritariamente palestina, quase todas as conversas giram em torno da guerra. Ao abordarem o assunto, é comum as pessoas se interessarem pela nossa opinião. Assim, estamos diante de um período estratégico, já que muitos corações estão angustiados, dilacerados e enlutados. Em cada oportunidade, pedimos ao Espírito Santo que nos inspire com as palavras certas para sermos instrumentos da graça de Deus. Mais do que apresentar ou defender um ponto de vista, o nosso objetivo tem sido o de comunicar as Escrituras. Desse modo, o panorama de crise vai se transformando para nós em um horizonte de oportunidades. Por isso, temos pedido ao Senhor para sermos usados como Seus instrumentos a fim de que feridas sejam saradas e corações sejam regenerados (Tito 3.5).

As oportunidades de tocar corações não se limitam aos palestinos, já que a guerra veio piorar uma conjuntura que há tempos está deteriorada. Sendo assim, os nossos amigos refugiados também têm nos procurado para abrirem seus corações e ouvirem uma palavra de esperança. Em uma ocasião recente, uma aluna me procurou e fez o seguinte desabafo: “Professor, eu não aguento mais as condições de vida aqui no país. Passados quatro anos, continuo aguardando que a ONU confirme o meu status de refugiada. Assim, não estou apta para receber ajuda humanitária e impedida de ser reassentada. A minha condição também me impede de trabalhar legalmente e prover para minhas necessidades. Já que não posso voltar para casa, pois o Iêmen permanece em guerra, estou planejando viajar para a Grécia e de lá atravessar o mar com destino à Itália. Sei que a travessia é muito perigosa e que corro risco de vida. Mas, minha vida já não tem mais sentido. Prefiro morrer a viver na condição em que me encontro”. São para corações aflitos assim que seguimos testemunhando e plantando sementes de esperança para a vida eterna.

Recentemente, passei por um contratempo importante em termos de saúde. Durante o mês de outubro, fui diagnosticado com um cisto na região do aparelho respiratório. Uma vez que o cisto tinha um tamanho significativo e grande potencial de produzir complicações respiratórias, a recomendação médica foi a realização de uma cirurgia. Um desafio adicional foi ter que decidir sobre o procedimento cirúrgico, já que os conflitos apontavam para uma possível necessidade de evacuação do país. Ao final de um processo de tomada de decisões, optamos por fazer a cirurgia e entendemos que foi a decisão mais acertada. A cirurgia foi realizada no dia 12/11 e, graças ao Senhor, tudo correu bem. Estou progredindo no meu processo de recuperação e aguardando a queda dos pontos para ter mais mobilidade.

Felizmente, os desafios que enfrentamos recentemente não nos impediram de avançar em nosso trabalho aqui. Com alegria, conseguimos concluir mais um semestre de classes de idioma e serviço à nossa comunidade refugiada. Até mesmo no pós-operatório, continuamos mantendo contato com os nossos amigos e tivemos preciosos momentos com eles durante as visitas que nos fizeram em casa. Um aspecto impressionante da cultura deles é a generosidade, não obstante os imensos desafios financeiros que enfrentam. Em cada visita, traziam como presente algum alimento, fosse para repartir ou para que estivéssemos supridos. Que grande exemplo de corações desprendidos!

Ao chegarmos ao final de mais um ano servindo ao Senhor, queremos expressar a nossa gratidão por todo o apoio que recebemos dos irmãos. O trabalho que realizamos aqui, com foco nos sudaneses refugiados da etnia Fur, é resultado do seu amor, obediência e dedicação. Saibam que o seu empenho como nossos cooperadores no cumprimento da Grande Comissão é inspirador.

Com imensa alegria desejamos a todos vocês um fim de ano de muitas bênçãos e preciosas celebrações.

Em Cristo,

Família Oliveira


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